D’O Talho para a mesa


Aberto há pouco mais de um ano, o restaurante O Talho serve pratos de carne com um toque do mundo.


Restaurante O Talho
Por vezes é quando menos se espera que acontecem momentos que nos marcam. Conseguir mesa a uma hora de jantar será certamente coisa rara n’O Talho. As desistências de uns são as concretizações de outros.

O espaço é diferente do que imaginava. Já sabia da existência de um talho, na verdadeira acepção da palavra, além do restaurante. Desconhecia ser eclético ao ponto de nele se tomar uma bebida enquanto se espera por mesa ou se poder adquirir alguns produtos à venda. O livro Comer o Mundo também está na prateleira, resultado das viagens de Maria e Kiko Martins por 26 países.


Restaurante O Talho

Guardam o meu casaco e conduzem-me à mesa, numa sala praticamente cheia. O ambiente é sóbrio, em tons pretos e cinzentos mas bem iluminado, fruto dos vários pontos de luz. Na decoração destaca-se o candeeiro Ingo Maurer e as paredes de garrafas e pratos antigos.

A ementa é apresentada numa prancheta com uma folha dividida em várias partes: degustação, entradas, pratos, bifes e sobremesa. O ingrediente base pode ser a carne mas os sabores são cosmopolitas. Sem ideias feitas, decido pedir uma sugestão. Quem me aconselha sabe exatamente do que fala. Escolho a bochecha de vitela, que segundo me dizem, se desfaz na boca. Para beber, água fresca (2,25€) em garrafa de vidro, como é prática noutras casas e um copo de vinho tinto O Talho (4,50€), fruto da parceria com a Quinta do Monte D’oiro.

Com o couvert (2,25€) são servidos vários tipos de pão, numa pequena caixa de madeira, em sintonia com a restante decoração. Por cortesia de chefe António Barros, a liderar a cozinha nesta noite, provo a almôndega de porco.

Almôndega de porco; Restaurante O Talho
Quando o meu prato chega à mesa, sinto logo o cheiro apelativo. A bochecha de vitela é exatamente como me disseram: desfaz-se na boca de tão macia. Acompanha com massa pappardelle fresca, ervilhas tortas, cogumelos, tempura de cebola e o molho da cozedura da carne cheio de sabor.  Uma dose bastante generosa que saboreei calmamente.

Bochecha de vitela; Restaurante O Talho
Provei ainda a vitela maronesa (22,80€) servida com batata frita por duas vezes, farofa (feita com panko, manteiga e salsa picada) e uma salada muito tenra. A qualidade da carne é indiscutível, suculenta e  saborosa.

Vitela maronesa; Restaurante O Talho

Na sobremesa, volto a aceitar a sugestão: parfait de erva príncipe, que tem fama de ser “galáctica”. O crème brûlée estava fresco com a cobertura bem caramelizada e a folha de arroz muito estaladiça. O que me desarmou foi o gelado de goiaba, muito cremoso e intenso de sabor, que perdura na boca… e na (minha) memória. Alguns apontamentos de flores comestíveis e peta zetas.

Parfait de erva príncipe; Restaurante O Talho

À saída, converso um pouco com o chefe António Barros acerca deste projeto. O restaurante é um laboratório para o talho e tudo o que está à venda já foi testado e provado. O importante não é terem muita variedade mas carne de excelência. A qualidade é o ingrediente base para se fazer bons pratos que deixem as pessoas satisfeitas. Eu pelo menos fiquei.

Restaurante O Talho - Parte e Reparte
Rua Carlos Testa 1B
1050-046 Lisboa
http://www.otalho.pt

8 comentários:

  1. Que boa pinta tem tudo!!! Vou apontar...

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  2. O meu restaurante favorito em dúvida! Até provar tudo o que há na lista, ainda lá voltarei várias vezes!

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  3. Olá Ana: de facto sugestões interessantes não faltam na carta d'O Talho. Também concordo que é um lugar a voltar mais vezes.

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  4. Olá Marta: não deixe de conhecer O Talho. Tenho a certeza que irá gostar.

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  5. Já tinha ouvido falar deste espaço e o conceito parece-me muito interessante. Vale uma visita, certamente! Parece-me é que me vou ficar pelas sobremesas, porque não como carne :)

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  6. Olá Ana: o Talho vale muitas visitas devido à competência de uma equipa que transmite um misto de sabores de várias partes do mundo em plena harmonia. Adorei a experiência!

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  7. Concordo m pleno! Tive inclusive a oportunidade de la fazer este fim-de-semana um workshop e adorei! Desde que se chega até que se sai, somos presenteados com simpatia e competência que só se encontra em quem gosta do que faz!

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  8. Olá Ana: dizem que cozinhar é um ato de amor mas se os produtos não forem de qualidade e a competência das pessoas elevada, o resultado final não será bom.

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