O romantismo da Quinta da Aveleda


Classificada como Monumento Nacional, a Quinta da Aveleda, em Penafiel, deslumbra com o seu jardim romântico. A natureza e o enoturismo numa simbiose perfeita.

Casa senhorial e fonte das quatro estações; Quinta da Aveleda
Todo o ano é bom para visitar os jardins da Quinta da Aveleda mas a Primavera tem aquele dom de tornar a beleza ainda mais bonita. Aqui, o que a mãe Natureza fez de melhor, o Homem exponenciou. É um deleite para o sentidos.
A primeira memória que tenho quando entro nos jardins é de Sintra, pela diversidade da vegetação, pelo cuidado e envolvência. Árvores centenárias (carvalhos, eucaliptos, pinheiros, sequoia), o musgo que forra as fontes de água fresca e cristalina, o constante chilrear da passarada e as azáleas floridas: tanto para descobrir por entre caminhos de terra muito limpos. Um percurso que merecia ser disfrutado com calma, ao ritmo de cada um, e não segundo os timings definidos.

Antiga casa do porteiro; Quinta da Aveleda

Na casa romântica há a tradição de acolher os casais da família na primeira noite da lua de mel. Em dias de mais calor, as senhoras passavam aqui as suas tardes a coser e bordar.
Mas o romantismo não se limita às construções para os humanos. Dentro da cerca, as cabras ficam indiferentes a quem passa junto da sua torre, subindo e descendo a seu bel-prazer a rampa em caracol.

Casa romântica; Quinta da Aveleda

O lago, constituído por três ilhas, é o ponto alto da visita. Na primeira encontra-se uma janela manuelina que pertencia à casa onde nasceu o Infante D. Henrique. Na segunda, um grande repuxo de água refresca os patos que nadam tranquilamente. Atravessando uma pequena ponte acedemos à terceira ilha, ocupada pela casa de chá, com telhado de colmo e varandas de madeira.
Junto à mesa de pedra, uma placa indica que aqui terá almoçado em 1901 o príncipe D. Luis, acompanhado do seu aio Mouzinho de Albuquerque.

Casa de chá; Quinta da Aveleda

Quinta da Aveleda

O relvado amplo e verdejante em frente à fonte da Vandoma é o local eleito para os casamentos da família. E quase a chegar à casa senhorial (a original data de 1671), o fontanário das quatro estações está decorado com os rostos de quatro senhoras Guedes, simbolizando a Primavera, o Verão, o Outono e o Inverno.
A beleza das plantas floridas não para de surpreender. Fetos e jarros brotam de uma fonte, roseiras brancas enroscam-se nas paredes graníticas e o cacto rabo-de-rato quase toca o chão com as pontas das “caudas” de rosa floridas.
Entrar na adega velha requer preparação. O impacto da destilação do álcool não é fácil e apenas consigo suportar alguns segundos. O silêncio retoma um espaço que é seu, onde a aguardente envelhece em pipos de carvalho.

Adega velha; Quinta da Aveleda

Por um caminho de paralelepípedos coroado de cordões de videiras encaminho-me para a varanda de onde se contempla o vale do Sousa e uma parte dos 150 ha destinados à produção de vinho, onde o vinho verde é rei e senhor. Foi servido um Quinta da Aveleda e Casal Garcia Rosé, jovens, frescos e muito frutados, que acompanharam a degustação dos queijos de produção própria. À saída voltei à loja. Afinal, há sempre espaço para mais uma garrafa.

Loja Quinta da Aveleda

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