Mercados com vista para o rio


Aos fins de semana, as margens do rio Saône ganham vida, cor, cheiros e muita cultura.



Lyon é conhecida como a capital da gastronomia francesa e muitos dos produtos servidos nos restaurante são obtidos nos mercados da cidade. Após visitar o Les Halles Paul Bocuse, dirigi-me para o Quai Saint-Antoine de modo a perceber a diferença entre um mercado coberto e um mercado de rua.


Associado aos franceses está sempre um toque de requinte, e mesmo aqui, apesar de uma apresentação mais simples, nada é deixado ao acaso. Nas frutas e legumes, tudo está apresentado de forma impecável. Algumas bancas estão forradas com um tecido verde felpudo, como que a imitar a relva. Os alimentos podem ser vendidos ao kg ou previamente pesados e colocados dentro de taças de alumínio ou cestos de verga. Evita-se com isto o excessivo contacto manual, que muitas das vezes acaba por danificar os produtos.


Estive atenta às bancas e para além dos legumes que se encontram em qualquer mercado em Portugal, descobri outros menos comuns: não faltam as endívias, o funcho, as cherovias, os romanescos, as alcachofras, rutabagas e algo que desconhecia por completo: os rabanetes pretos.

Marché alimentaire Saint-Antoine Célestins Lyon

Os queijos também têm lugar cativo. De vários tamanhos e cores, sempre com um cheiro forte associado, são vendidos inteiros ou partidos. Os indecisos (ou gulosos) podem provar antes de comprar.


Na charcutaria não falta o tradicional salsichão de Lyon, devidamente identificado, assim como as salsichas caseiras.

Marché alimentaire Saint-Antoine Célestins Lyon

Já perto da hora de almoço, há quem aproveite para o levar já pronto. As ostras, iguaria muito apreciada pelos franceses, estão separadas por tamanhos. Como basta juntar sumo de limão, algumas são consumidas no local. Os frangos assados são outra opção mas a banca que atraía mais pessoas vendia uma espécie de cozido que envolvia carnes fumadas, batata e chucrute. Alguns turistas compraram aqui o seu almoço e levaram-no a fumegar dentro de caixas plásticas.

Eu fui contra a tradição e comecei pela sobremesa. Provei o doce local conhecido por “bugnes”, feito à base de uma massa muito fina que após ser frita, fica crocante. O açúcar em pó dá-lhe um toque mais doce. Claro que a chuva e o vento não ajudaram e acabei por ficar toda “polvilhada”. A gula falou mais alto.


Da parte da tarde, as nuvens negras deram uma trégua e aproveitei para percorrer o Quai de la Pêcherie. Naquele que é conhecido como o marché des bouquinistes estão expostos centenas de livros que atraem sobretudo quem os procura a preços mais simpáticos e colecionadores de edições que dificilmente se encontram nas livrarias. Além das bancas móveis, existem umas estruturas em metal assentes no muro que separa o rio do passeio onde os livros estão expostos e protegidos. A vista para a Basílica de Notre-Dame de Fourviére e as águas calmas do Saône são o mote perfeito para um passeio vagaroso.


2 comentários:

  1. Adoro mercados, observar com atenção as bancas e os produtos expostos, mas também as pessoas que lá vão. Não sabia que em Lyon também havia bouquinistes (uma perdição...). Por isto tudo, adorei o post :)

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  2. Olá Ana: então este é dos vários motivos para visitar Lyon. Vai certamente gostar!

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